top of page
Buscar

Como funciona a terapia expulsiva de cálculos urinários?

  • hugosantos901
  • 9 de jul.
  • 3 min de leitura

Atualizado: 1 de ago.

Um dos tratamentos possíveis para cálculos urinários é a terapia médica expulsiva (TME). Trata-se do uso de medicamentos que facilitam a passagem do cálculo pelo ureter — o canal que leva a urina do rim até a bexiga — promovendo a eliminação espontânea da pedra, sem necessidade de cirurgia.

Nesta página, vou explicar como funciona esse tratamento, quem são os pacientes candidatos a essa abordagem e quais são as chances de sucesso.

Um rim com cálculos urinários no seu interior.
Cálculos saindo pelo rim e descendo pelo ureter
Rim, ureter e bexiga - sistema urinário.
Sistema urinário: Rim, ureter e bexiga.

Quem pode realizar a terapia expulsiva de cálculos urinários?

A terapia expulsiva de cálculos urinários só é indicada quando o cálculo está localizado no ureter, que é um canal estreito com cerca de 25 cm de comprimento e 3 a 5 mm de diâmetro. Apesar do calibre reduzido, o ureter é elástico e pode se dilatar temporariamente.

Para que o tratamento seja viável, é necessário atender a alguns critérios:

  • O cálculo deve ter até 10 mm (1 cm) de diâmetro;

  • O paciente não pode apresentar febre ou infecção urinária;

  • dor precisa estar controlada com medicação;

  • O paciente deve ter rins que funcionam bem.

Como funciona o tratamento com medicamentos?

A TME é feita com o uso de medicamentos da classe dos alfa-bloqueadores (como doxazosina ou tansulosina). Esses remédios promovem o relaxamento da musculatura do ureter, facilitando sua dilatação e permitindo que o cálculo passe com mais facilidade.

Estudos mostram que essa terapia é mais eficaz para cálculos maiores que 5 mm. Em pedras menores, o benefício é limitado, pois a taxa de eliminação espontânea já é alta.

Por outro lado, não é recomendada para cálculos maiores que 10 mm, pois a chance de eliminação espontânea é baixa e há maior risco de complicações — nesses casos, indica-se o tratamento cirúrgico.

Além dos alfa-bloqueadores, o tratamento também inclui analgésicos para controle da dor.


Quem tem cálculo parado no rim pode fazer terapia médica expulsiva?

Não. A TME não é indicada para cálculos renais (ou seja, localizados dentro do rim). Esse tratamento funciona apenas para cálculos ureterais, pois age diretamente sobre o canal por onde a pedra precisa passar.

Nos casos de cálculo renal, o tratamento pode ser:

  • Conservador (apenas observação), se o cálculo for pequeno e assintomático;

  • Cirúrgico, em caso de dor persistente, infecção ou risco à função renal.

Quais são as chances de sucesso da TME?

A chance de sucesso depende principalmente de dois fatores: localização e tamanho do cálculo.

  • Cálculos mais próximos da bexiga têm maior chance de serem eliminados espontaneamente.

  • Cálculos localizados no terço superior do ureter, próximos ao rim, têm menor chance, pois precisam percorrer um trajeto mais longo.

Taxa média de eliminação espontânea por tamanho:

  • 2–4 mm: ~76%

  • 5–7 mm: ~60%

  • 7–9 mm: ~48%

  • >9 mm: ~25%

Quando considerar a TME como falha?

A TME é considerada falha se:

  • O paciente volta a apresentar dor intensa;

  • Há sinais de infecção urinária;

  • Ocorre piora da função renal;

  • Não há eliminação do cálculo após 4 semanas.

Em qualquer um desses cenários, o tratamento indicado passa a ser cirúrgico.


Agende sua consulta

O Dr. Hugo Octaviano é urologista especializado no tratamento de cálculos urinários. Caso você precise de cirurgia para cálculo renal ou ureteral, agende uma consulta para avaliação e planejamento do tratamento ideal.



REFERÊNCIAS

  1. Campschroer T, Zhu X, Vernooij RW, Lock MT. Alpha-blockers as medical expulsive therapy for ureteral stones. Cochrane Database Syst Rev. 2018 Apr 5;4(4):CD008509. doi: 10.1002/14651858.CD008509.pub3. PMID: 29620795; PMCID: PMC6494465. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/29620795/

  2. Bader MJ, Eisner B, Porpiglia F, Preminger GM, Tiselius HG. Contemporary management of ureteral stones. Eur Urol. 2012 Apr;61(4):764-72. doi: 10.1016/j.eururo.2012.01.009. Epub 2012 Jan 14. PMID: 22266271. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/22266271/

  3. Türk C, Petřík A, Sarica K, Seitz C, Skolarikos A, Straub M, Knoll T. EAU Guidelines on Diagnosis and Conservative Management of Urolithiasis. Eur Urol. 2016 Mar;69(3):468-74. doi: 10.1016/j.eururo.2015.07.040. Epub 2015 Aug 28. PMID: 26318710. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/26318710/

  4. Coll DM, Varanelli MJ, Smith RC. Relationship of spontaneous passage of ureteral calculi to stone size and location as revealed by unenhanced helical CT. AJR Am J Roentgenol. 2002 Jan;178(1):101-3. doi: 10.2214/ajr.178.1.1780101. PMID: 11756098. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/11756098/

 
 
Botão Whatsapp Consultório Dr. Hugo Octaviano - Urologista

©2022 by drhugooctaviano.com.br. Proudly created with Wix.com

bottom of page