CIRURGIA DE CÁLCULOS RENAIS
Os cálculos renais, um problema que afeta cerca de 10% da população mundial, são notoriamente desconfortáveis, e sua prevalência tem aumentado nos últimos anos. Trata-se de uma condição que pode gerar dúvidas e preocupações. "O que causou a formação desses cálculos? Como posso me livrar deles? Será necessário um procedimento cirúrgico?".
Em muitos casos, pequenos cálculos podem ser eliminados naturalmente, sem a necessidade de uma intervenção médica mais invasiva. No entanto, quando os cálculos são grandes, estão causando sintomas graves ou obstrução do fluxo urinário, uma abordagem mais direta pode ser necessária.
Quando a cirurgia de cálculo renal está indicada?
O tratamento dos cálculos renais depende do tamanho, localização e composição da pedra, bem como dos sintomas do paciente. A cirurgia para remoção de cálculos renais geralmente é indicada quando a pedra é muito grande para passar naturalmente (geralmente maior que 5-10 milímetros), quando a pedra está causando infecção ou danos ao rim, ou quando o paciente apresenta dor que não pode ser controlada com medicamentos.
Quais as cirurgias possíveis e como são feitas?
A escolha da técnica é uma decisão complexa e vai depender do tamanho e rigidez do cálculo, anatomia do paciente e da experiência do cirurgião. Todas as cirurgias são feitas com anestesia geral, raquianestesia ou sedação, trazendo conforto para o paciente.
Ureterorrenolitotripsia Flexível à Laser
Apesar do nome comprido e difícil, a ureterorrenolitotripsia flexível à laser é a cirurgia mais realizada no mundo para tratamento de cálculos renais. Pode ser usada para tratar cálculos no rim e no ureter (canal que comunica o rim à bexiga) de diversos tamanhos. Trata-se basicamente de um endoscópio super fino e flexível, com uma câmera na ponta, que é introduzido pela uretra até o rim. Uma fina fibra de laser é passada por dentro do aparelho que "tritura" (faz a litotripsia) do cálculo e os fragmentos são removidos com uma espécie de "cesta" metálica. Posteriormente, um cateter de duplo J é implantado.
Ureteroscópio flexível entrando pela uretra, passando pelo ureter até o rim
Detalhe dos fragmentos de cálculos sendo resgatados com uma "cesta" metálica no ureter.
Nefrolitotripsia Percutânea
A nefrolitotripsia percutânea é o procedimento de escolha para cálculos renais muito grandes (geralmente maiores que 2,0cm) e deve ser realizada por urologista experiente no procedimento. É feito um pequeno furo nas costas, na altura do rim, e um aparelho com câmera na ponta (o nefroscópio) é introduzido no rim. Como o nefroscópio possui um calibre maior é possível realizar a quebra dos cálculos (litotripsia) de maneira rápida utilizando energia ultrassônica e retirar os fragmentos maiores de cálculos pelo furo nas costas. Um cateter de duplo J ou uma nefrostomia podem ser colocados emporariamente.
Nefrolitotripsia percutânea: O acesso ao rim é pela pele, através de um pequeno furo no flanco.
Litotripsia Extracorpórea por Ondas de Choque (LECO).
A LECO é um procedimento menos invasivo em relação à nefrolitotripsia percutânea e à ureteroscopia flexível. O tratamento envolve o uso de ondas de choque, emitidas por um aparelho acoplado externamente ao corpo, na altura do rim, que fragmentam os cálculos em pequenos pedaços. Estes são posteriormente eliminados na urina. Trata-se de um procedimento com boa taxa de sucesso (em torno de 70-90%). O duplo J pode ser utilizado ou não, dependendo do caso.
Litotripsia extracorpórea por ondas de choque (LECO): São utilizadas ondas de choque para fragmentar o cálculos em pequenos pedaços.
Quais os riscos envolvidos?
Como qualquer procedimento cirúrgico, a cirurgia para remoção de cálculos renais possui alguns riscos. Estes podem incluir infecções, formação de hematoma e danos ao rim ou ao ureter. No entanto, esses riscos são geralmente baixos, especialmente quando a cirurgia é realizada por um cirurgião experiente.
É importante ressaltar que algumas vezes é necessário realizar mais de um procedimento cirúrgico para resolver um cálculo grande ou em localização difícil.
O que é o duplo J? Como é a recuperação pós-operatória?
O cateter duplo J é um dispositivo médico de formato especial, com curvas nas extremidades que lembram a letra "J", daí o seu nome. Este cateter é utilizado na maioria das cirurgias de cálculos renais para manter a via urinária aberta. Além disso, pode facilitar a eliminação de pequenos fragmentos de cálculos.
Após a cirurgia é possível que o paciente observe sangue e pequenos fragmentos de pedra ou areia na urina. O desconforto inicial após a cirurgia é normal e geralmente bem controlado com medicamentos para dor. O cateter duplo J é usualmente removido em algumas semanas após a cirurgia em um procedimento simples.
Cateter duplo J: Uma peça fundamental na proteção do rim e do ureter.
Com quem fazer a cirurgia de cálculo renal?
Cirurgia de cálculo deve ser realizada por um urologista qualificado e experiente! O Dr. Hugo Octaviano é urologista com vasta experiência em procedimentos de cálculos renais, tendo realizado centenas de cirurgias. Ele utiliza técnicas comprovadas para minimizar o desconforto e maximizar os resultados. Com o Dr Hugo Octaviano é possível realizar cirurgia pelo seu plano de saúde ou de forma particular. Agende uma consulta pelo link de Whatsapp ao lado. Nosso objetivo é fornecer a cada paciente uma experiência segura e positiva, desde a consulta inicial até a recuperação completa.
Referência Bibliográfica
1 - Türk C, Petřík A, Sarica K, Seitz C, Skolarikos A, Straub M, Knoll T. EAU Guidelines on Interventional Treatment for Urolithiasis. Eur Urol. 2016 Mar;69(3):475-82. doi: 10.1016/j.eururo.2015.07.041. Epub 2015 Sep 4. PMID: 26344917.
2 - Türk C, Petřík A, Sarica K, Seitz C, Skolarikos A, Straub M, Knoll T. EAU Guidelines on Diagnosis and Conservative Management of Urolithiasis. Eur Urol. 2016 Mar;69(3):468-74. doi: 10.1016/j.eururo.2015.07.040. Epub 2015 Aug 28. PMID: 26318710.
Dr. Hugo Octaviano
Formado em medicina pela Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (RS) e residência médica em Urologia no Hospital Israelita Albert Einstein (SP), mesma instituição onde realizou Fellow (subespecialização) em Uro-Oncologia e Cirurgia Robótica.
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